O Dom de Coordenar

Durante a 36ª Assembleia Diocesana de Pastoral (9 e 10 de setembro), dom Irineu nomeou-me como coordenador de pastoral da Diocese de Joinville. A coordenação de qualquer serviço na Igreja é uma missão. É Deus quem nos concede o dom de coordenar. É importante que todos nós, coordenadores, com muita humildade, acolhamos este dom e o coloquemos à disposição da comunidade, no Espírito de Jesus, fazendo o trabalho de “Bom Pastor”.



Todos nós coordenadores buscamos estar atentos ao plano de Deus presente na realidade. Não somos programadores ou executores de tarefas, mas discípulos missionários que querem ouvir e colocar em prática a vontade de Deus. É grande a nossa responsabilidade!


Como coordenadores, precisamos viver a alegria de sermos discípulos missionários. Não se trata de um sentimento qualquer, mas de um testemunho de vida. A alegria é um dom. Chega de Igreja pessimista e de murmuração. A alegria convence e atrai. Precisamos ser Igreja de atração.


Abandonemos a acomodação. Precisamos de conversão pastoral. Ela exige de nós um espírito missionário e o abandono de estruturas caducas (cf. Doc. Aparecida, n. 379). Precisamos perceber os sinais dos tempos, criar comunidades vivas e ter diretrizes pastorais.


Precisamos vestir a camisa da missão permanente. Que as paróquias sejam missionárias e façam de cada fiel, um missionário. O Senhor espera de nós audácia apostólica e criatividade.


Que a Palavra de Deus tenha primado em nossa vida. A condição indispensável para sermos discípulos missionários é a escuta, a interiorização e o anúncio da Palavra de Deus. Ter sempre a Bíblia na mão e no coração. Na escola da Palavra surgirá a primavera da Igreja, o ardor missionário aumentará, acontecerá a conversão à santidade. A porta de entrada no santuário da Palavra é a Leitura Orante da Bíblia.


Precisamos de uma experiência, de um encontro com Cristo. No início da vida cristã não encontramos apenas uma doutrina ou uma ética, mas o encontro pessoal, a experiência transformadora e fascinante da amizade com Jesus Cristo, amigo, salvador, profeta e Filho de Deus. Quanto mais santos formos, mais servidores seremos, e a nossa diocese será casa e escola de comunhão.


Precisamos ter o Reino de Deus como centro de nossas ações. Faz parte da nossa missão a promoção humana, a libertação, o respeito pela dignidade da pessoa e a promoção da vida. Somos discípulos missionários a serviço da cultura da vida (cf. Doc. Aparecida, n. 549).


Precisamos continuamente celebrar a Páscoa de Cristo na Páscoa da gente e a Páscoa da gente na Páscoa de Cristo (cf. Doc. 43 da CNBB, n. 300). A Liturgia é cume e fonte da vida da Igreja (cf. SC, n. 10). A espiritualidade litúrgica nos compromete com a promoção da solidariedade, com a comunhão e a participação, com a integração entre fiéis, ministérios, pastorais, movimentos e comunidades, onde todos tenham voz e vez, sejam imbuídos de paz, caridade, respeito e diálogo.


Portanto, queridos irmãos coordenadores, promovamos a união! Busquemos soluções para os problemas e impasses de forma criativa e construtiva. Busquemos informações, repassemos as comunicações recebidas e as conclusões de encontros, cursos, reuniões, mantendo sempre o Povo de Deus bem informado. Que todos nós, coordenadores, demos testemunho e participemos dos Grupos Bíblicos de Reflexão e animemos a todos a participarem também. Sejamos motivadores e animadores dos jovens e de seus diversos grupos. Favoreçamos o crescimento da nossa fé e espiritualidade através da Leitura Orante da Bíblia, da participação na Eucaristia, da vivência comunitária, do compromisso social e da caridade. Que o Senhor nos dê força para construirmos juntos o seu Reino que também é nosso (cf. Oração Eucarística V).


Meus queridos, tenho certeza que poderei contar com vocês e firmo meu compromisso com todos. Contem comigo!


Padre Luciano dos Santos.