6 de fevereiro de 2012

Campanha da Fraternidade 2012


A Igreja promove a saúde e se coloca ao lado do doente


O tema da Campanha da Fraternidade (CF) deste ano é: “A Fraternidade e a Saúde Pública”, e o lema: “Que a saúde se difunda sobre a terra” (Eclo 38,8). O objetivo é sensibilizar a todos sobre a dura realidade de irmãos que não têm acesso à assistência de Saúde Pública condizente com suas necessidades.


A CF, celebrada na quaresma, convida-nos à conversão. Ela contribui com um tema portador de sinal de morte, para suscitar ações de vida. A vida, a saúde e a doença são realidades profundas, envoltas em mistérios. Não é só o corpo que adoece, nem só a medicina que cura, mas há uma influência espiritual, cada vez mais comprovada pelas ciências.


A doença atinge a todos: ricos, pobres, crianças e idosos. Ela não respeita a liberdade e impede o direito de ir e vir.


“Saúde é um processo harmonioso de bem-estar físico, psíquico, social e espiritual, e não apenas a ausência de doença” (Guia P. Saúde – CELAM). Se é dever do Estado promover a saúde preventiva e oferecer um sistema de tratamento eficaz, é também responsabilidade de cada família assumir hábitos saudáveis e exames preventivos para evitar as doenças. A “boa saúde não é apenas ausência de doenças: é vida plenamente vivida, em todas as suas dimensões, pessoais e sociais” (João Paulo II).


Há tantos enfermos, por causas inevitáveis ou evitáveis, a sofrer, paralisados, ‘à beira do caminho’, à espera da misericórdia do próximo. Com a industrialização, o estilo de vida tornou-se fator principal das doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes, câncer, entre outras. Os danos causados ao meio ambiente provocam graves prejuízos à saúde com dois milhões de mortos anualmente no mundo, da poluição do ar.


Cabe ao governo garantir os serviços, em todos os níveis, mesmo os mais sofisticados e caros a todo cidadão, sem privilégios, segundo recursos previstos na Constituição Federal. “Toda pessoa tem direito ao atendimento humanizado e acolhedor, realizado por profissionais, em ambiente confortável e acessível a todos” (Portaria n. 1820, Ministério Saúde, art. 4º).


A Pastoral da Saúde é “a resposta às grandes interrogações da vida”. São 80 mil voluntários no Brasil que promovem, educam e previnem a vida saudável.


Mais importante que curar é o trabalho de evitar que as pessoas adoeçam e promovê-las para que tenham vida em abundância. “É melhor prevenir que remediar”. Eis o motivo principal do lançamento da nova escola da diocese: Escola da Saúde, com inscrições neste mês de fevereiro. Deus providencia e coloca à disposição da humanidade todos os dons (Eclo 38,7) e por meio deles “a saúde se espalha sobre terra”.


O Documento da Campanha nos chama a atenção, sobretudo:


Água contaminada: atinge 80% de todas as moléstias e mais de um terço dos óbitos, nos países em desenvolvimento.


A expectativa de vida no Brasil tem evoluído com a esperança de vida que chegou a 72 anos em 2008. A melhoria das condições de vida trouxe maior longevidade e o número de idosos aumentou para 21 milhões.


Crianças e jovens em queda. Deve-se a diminuição de fecundidade por casal, que, em 2008, caiu para 1,8 filhos, o que aproxima o Brasil dos países com as menores taxas de fecundidade.


A hipertensão atinge 44,7 milhões de pessoas e apenas 33 milhões sabem. Se faz necessário a identificação precoce de todas as doenças.


O excesso de peso e a obesidade explodiram. 48,1% da população brasileira estão acima do peso, 15% são obesos.


Pressão arterial, Desde 2003 as famílias estão substituindo o arroz, feijão e hortaliças pela comida industrializada, mais calóricas e menos nutritivas, com reflexos no desequilíbrio do organismo.


Doenças não transmissíveis sério problema, tanto nos países ricos quanto nos de média e baixa renda. São responsáveis por 58,5% das mortes no mundo e por 45,9% das enfermidades.


Diabetes. 11 milhões e somente 7,5 milhões sabem da doença e nem todos se tratam adequadamente.


Câncer. Em 2008, houve 12 milhões de novos casos no mundo, com sete milhões de mortes. No Brasil, em 2011 apontam 489 mil novos casos, sendo os mais comuns o câncer de pele, próstata, pulmão e estômago. Esta doença deverá levar 511 mil brasileiros a óbito neste ano.


Rins quase um milhão de brasileiros têm problemas renais e 70% ainda não sabem. Morrem 15 mil pessoas por ano, no Brasil.


Aids. Em 2010, 593 mil casos desde 1980, e 87,5% eram heterossexuais. Chama atenção a faixa de 13 a 19 anos, em que o número de casos de AIDS é maior entre as mulheres.


Tuberculose. O Brasil reduziu de 73 mil para 70 mil entre 2008 e 2010, mas ainda é a terceira causa de óbitos e a primeira entre aidéticos.


Hanseníase. Tem cura se começar o quanto antes o tratamento, mas precisa superar os preconceitos. Quarenta e sete mil novos casos a cada ano.


Gripe A. Acontece no Brasil de 400 a 500 mil pessoas e mata de três a quatro mil indivíduos, sendo 95% idosos.


Dengue. Nas regiões mais quentes e úmidas, 50 a 100 milhões se infectam anualmente em mais de 100 países. No Brasil, 936 mil casos em 2010.


Tabagismo (cigarro). Com mais de quatro mil substâncias tóxicas e os vários cânceres (pulmão, boca, estômago, intestino, bexiga, rins, útero), derrame, ataque cardíaco, doenças pulmonares, problemas de circulação, úlceras, diabetes, infertilidade, bebês abaixo do peso, osteoporose, infecções no ouvido.


Exercícios físicos longe da rotina dos brasileiros. Em 2008, somente 10,2% da população com 14 anos ou mais tinha atividade física e 14,2% dos adultos não praticam nenhuma atividade.


Obesos. Desafio mundial a ser enfrentado. Em 2005, o mundo tinha 1,6 bilhões de obesos e em 2015 terá 2,3 bilhões.


Dependência Química. O Brasil tem 870 mil usuários adultos. O crack mata 25 mil jovens por ano. O oxi feito de cocaína, combustível, cal, cimento, acetona, ácido sulfúrico, soda e amônia; 33% deles morrem no primeiro ano.


Álcool. 18% da população adulta consomem, mas nas mulheres é que mais aumentou o uso.


Mortes violentas no Brasil já ocupam o terceiro lugar, só perdendo para o câncer e coração. Matam milhares e deixam inúmeros com sequelas a depender do SUS.


A Saúde bucal. Muitos não sabem que podem receber tratamento gratuito pelo SUS. 30 milhões nunca foram ao dentista. 


Obs.: Informe-se na sua paróquia quem poderá ir no Seminário da Campanha da Fraternidade, que acontece no próximo dia 11 de fevereiro, na Mitra Diocesana, em Joinvile.


Fonte: Pe. Nivaldo Oliveira Souza

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