14 de fevereiro de 2012

De volta às aulas

De fato, mais do que em palavras, a educação tem na ação concreta uma de suas principais bases, envolvendo atitudes e comportamentos que, repetindo-se e transformando-se no dia a dia, poderão vir a consolidar-se como prática socialmente aceita.

Certa vez uma mãe estava tendo trabalho para acordar o filho. Chamava-o, chamava-o, dizendo: “Acorde, meu filho – vai se atrasar para a escola!” O filho voltou-se para a mãe e, meio adormecido, respondeu: “Dê-me um bom motivo para eu levantar. Há 500 alunos na escola e todos me odeiam. Há três dezenas de professores que se ressentem pelo fato de eu ir à escola toda manhã". Respondeu-lhe a mãe: “Vou lhe dar dois bons motivos: você tem 35 anos e é o diretor!”

Às vezes com as crianças é meio parecido. Sobretudo, quando é o reinício do ano letivo. Dá uma preguiça de levantar cedo e ir às aulas... Motivos não faltam para continuar dormindo.

A situação é pior quando vem com histórias tais como: “Odeio a escola!”, “odeio meus colegas!”, “odeio meus professores!”. Talvez seja verdade, ou talvez eles simplesmente não queiram ir à escola. A qualidade da escola e o tipo de ambiente que ela proporciona aos alunos está basicamente nas mãos dos professores e da administração. Apesar disso, os pais muito podem fazer para tornar a vivência escolar dos filhos a mais agradável possível. Ela é uma soma de esforços dos pais, professores e administração.

Passamos grande parte de nossa vida nos bancos de escola. O objetivo é aprender, tendo em vista uma profissão a ser executada, além das lições de vida a serem vividas no dia-a-dia.

Quem se esforça tem tudo para vencer. Quem passa pela escola e não se interessa pelo que lhe é ensinado, terá um futuro temeroso pela frente. Nem pensar em sucesso profissional.

O ambiente escolar, a vibrante interação de criança, professor, currículo, ambiente, família e comunidade, é um microcosmo do universo: o espaço físico delimita o mundo; o sistema escolar e sua organização revelam a sociedade; as pessoas envolvidas na experiência de aprendizado formam a população. Como um dos principais agentes socializadores, a escola é responsável não apenas pela difusão de conhecimentos, mas pela transmissão dos valores da vida humana. De fato, mais do que em palavras, a educação tem na ação concreta uma de suas principais bases, envolvendo atitudes e comportamentos que, repetindo-se e transformando-se no dia a dia, poderão vir a consolidar-se como prática socialmente aceita.

Aliás, a diferença entre o discurso e a prática é considerada um dos motivos que justificam a dificuldade de assimilação/reprodução pelos estudantes de alguns dos “conteúdos” ministrados em classe pelos mestres.

Independente das conquistas de cada um, o que não pode faltar é ter a mente formada, com seus próprios pensamentos, e esquecer os outros, pensando sim que aquela pessoa pode não ser alguém na vida, mas você quer crescer e se tornar uma pessoa com muito sucesso. O que cada um aprendeu ninguém consegue roubar da mente de ninguém.

Mas, a escola da vida só termina quando morremos. Sempre temos o que aprender. Infinitas são as lições de vida. É uma escola eterna. Podemos comparar o estudo com uma planta, onde a primeira coisa a se fazer é escolher a semente correta, em seguida plantá-la e cultivá-la para que cresça, dê boas sementes, bons frutos, que sejam viçosos, graúdos e maduros.

Quanto mais tempo de dedicação aos estudos, maior o amadurecimento, ótimas oportunidades de emprego, boa remuneração e muita alegria de viver. Os estudos nos acompanham para o resto de nossa vida. Quem pára se atrasa, se desatualiza, perde a freguesia, a coragem e o ânimo de exercer sua profissão. Quem quer o sucesso, precisa se atualizar constantemente, adquirir os melhores instrumentos de trabalho, procurar tecnologia de ponta, cursos de atualização, muita saúde e bênçãos divinas.
 

Dom Irineu Roque Scherer - Bispo de Joinville

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