E quando você sentir o chamado?

Conheça a história dos dois seminaristas da Diocese de Joinville que serão ordenados diáconos neste mês

Maturidade, escolha, renúncia e entrega. Talvez essas sejam as melhores palavras para definir a trajetória de Sidnei Marcelino, 36 anos, e Gélio do Nascimento, 34, para concluírem a etapa mais importante de suas vidas desde a entrada no seminário: a ordenação diaconal.

A decisão de ingressar na vida religiosa surgiu naturalmente, e após tantos anos de estudos, a certeza é que a escolha foi a correta.

Sidnei é joinvilense. Vindo de uma tradicional família católica, levou uma vida como a de qualquer outro jovem até seus 25 anos. Participava de encontro de grupo de jovens até quando sentiu o chamado de sua vocação. Foi em um evento organizado pela Renovação Carismática Católica (RCC), o Queremos Deus. “Foi em uma missa que senti o desejo de ser padre”. A partir daí, Sidnei ingressou em uma comunidade de vida, onde passou a conviver com novos desafios e fortalecer ainda mais a certeza da vocação. Conforme ele, houve um crescimento pessoal a partir dessa experiência. “Passei por grandes desafios, cresci muito no âmbito humano, afetivo e espiritual”, afirma.

O chamado que havia ocorrido anos antes, no encontro de jovens, se repetiu, e Sidnei resolveu ingressar no seminário. “Foi a melhor escolha que fiz”, salienta. A idade de 27 anos –a qual entrou para os estudos religiosos- Sidnei define como a ideal para a escolha madura e acertada das decisões. Os sete anos dedicados ao seminário – divididos entre as etapas denominadas propedêutico, filosofia e teologia – trouxeram amigos, experiências de vida e muitas lembranças. “A vida fraterna com os irmãos do seminário, os conhecimentos adquiridos nos anos de estudos e no estágio pastoral, as famílias que conheci são as principais”, recorda. Mesmo diante as dificuldades do longo caminho trilhado – como os momentos delicados de tristeza com a morte da mãe e do irmão – Sidnei não se deixou abater.

O chamado foi mais forte, e ele seguiu em frente. Assim como Sidnei, outro seminarista conclui neste mês uma importante etapa de sua formação: Gélio do Nascimento. Natural de Catanduvas/PR teve um nascimento complicado. Sua mãe, católica, rezou para Nossa Senhora de Fátima para que ele se recuperasse e crescesse com saúde.

Anos depois, aos poucos, o caminho da vocação começou a se desenhar a sua frente. Aos 13 anos, recebeu o primeiro convite para visitar um seminário. Como sua família não possuía condições financeiras de arcar com os custos dos estudos, Gélio logo abandonou a ideia do ingresso. Mas sempre esteve inserido em projetos e iniciativas da Igreja. “Participava do grupo de jovens onde fui coordenador”, recorda. Aos 19 anos, veio para Joinville com o objetivo de trabalhar. Nesse período, adquiriu a vivência comunitária, sendo Ministro da Eucaristia e da Palavra. Em 2002, foi convidado a conhecer o seminário. Segundo sua avaliação, a experiência foi extremamente positiva. “Tive o apoio da minha família”, enfatiza. Nos anos que dedicados aos estudos, Gélio pontua aspectos positivos e enriquecedores para sua vida espiritual e pessoal. “Fortaleci minha experiência com Deus”, explica. Após alguns anos fora da sala de aula, Gélio acredita que a retomada dos estudos foi o principal desafio no ingresso ao seminário. Assim como Sidnei, Gélio acredita que a idade tenha contribuído para que a decisão de se dedicar a vida religiosa tenha sido madura. Mas isso não impede de que meninos mais jovens tomem essa decisão também de forma madura. “A idade não quer dizer muito. Pra mim, foi importante porque adquiri uma maturidade que não tinha quando fui convidado pela primeira vez a frequentar o seminário, mas há meninos que já estão certos da sua vocação ainda no seminário menor”, comenta.

Na bagagem, Gélio carrega importantes experiências. Em seu estágio vocacional, teve a oportunidade de viajar para a Itália, onde conheceu a Europa e teve a oportunidade de visitar o Santuário de Fátima – santa a qual sua mãe, anos antes, lhe devotou.

Com importantes momentos guardados na memória, Sidnei e Gélio agora se preparam para o final de um importante ciclo de estudos e dedicação e o início dos trabalhos de uma vocação. E as expectativas são as melhores. “Espero poder corresponder o chamado que recebi”, enfatiza Sidnei. Para Gélio, o objetivo é prosseguir com o que vem sendo desempenhado. “Quero continuar respondendo sim a serviço de Deus e de todo o povo na missão a mim designada”, especifica.

Ordenação Diaconal

Data: 16 de março
Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Oxford
São Bento do Sul
Horário: 19h30
 

Fonte: Francine Ribeiro