12 de abril de 2012

Seminário Divino Espírito Santo

Na Diocese de Joinville o primeiro passo para quem sente o chamado e decide seguir a vocação sacerdotal é procurar o Seminário Divino Espírito Santo. Atualmente, 19 seminaristas, um padre e um diácono moram no local. “Eles são divididos em dois grupos: menores (que são os que ainda estão cursando o Ensino Médio) e propedêuticos (que estão se preparando para iniciar o estudo da Filosofia)”, explica o reitor, padre Jean Prette.

A maioria dos seminaristas é de Joinville, mas também tem meninos de Mafra, Itaiópolis e Jaraguá do Sul. “Quando eles chegam aqui recomendamos que fiquem um mês sem contato com a família. Após isso, o contato é muito próximo”, acrescenta o padre. Ele diz ainda que a faixa etária dos seminaristas (a partir dos 14 anos) é um tempo em que a diocese aposta muito, mas que há um grande número de desistências. E elas acontecem principalmente pelo fato de serem muito jovens e estarem em uma fase difícil que é a adolescência, além de, para muitos, essa ser a primeira vez que saem de casa.

No local, os jovens dividem o quarto com mais dois ou três e devem manter os locais em ordem. Todas as atividades são realizadas em comunidade. “Eu sempre priorizo a coletividade: quando vai um, todos vão. E a convivência é bonita, fraterna. Quando chegam é um grande grupo, mas vão dando passos para viver em comunidade”, afirma o reitor.

Os seminaristas têm orientadores espirituais (padres), atendimento psicológico e aulas particulares com professores voluntários. A rotina também é quebrada com momentos de lazer como passeios, idas ao teatro, cinema, jogos do Joinville Esporte Clube (JEC) e visita às casas de outros seminaristas. Para animar os eventos e os trabalhos vocacionais, criaram um grupo de animação com música.

Um dia no seminário...
5h30 – Acordam (de segunda a segunda)
5h45 – Oração da Manhã (laudas) na Capela
6h15 – Café da manhã
7h30 às 12h30 – Aula para os menores
12h45 – Almoço
Após o almoço, o grupo responsável lava a louça e organiza o refeitório, enquanto o outro grupo descansa.
14h15 – Atividades: estudo individual e em grupo, reforço com professores
16 horas - Prática de esportes e trabalho (jardim ou limpeza da casa).
17h30 – Banho
Após o banho acontece a oração do terço e missa.
Jantar
Atividades: estudo, atendimento psicológico, grupo de vida (se reúnem em grupos de quatro integrantes pré determinados para fortalecimento da fé e da integração), formações (intelectual, humano-afetiva, pastoral, psicológica, etc.).
* O preparo do café de manhã e do jantar é de responsabilidade dos próprios seminaristas.
* Nas quintas-feiras, a missa acontece às 19h30 e é aberta à comunidade.
* Nos sábados e domingos a programação é diferenciada, com trabalhos vocacionais nas paróquias, sempre acompanhados de um seminarista de teologia e dois de filosofia. Trabalhos com jovens, crianças e participação em missas com testemunhos.
* Os propedeutas ficam em casa todos os dias e tem alguns horários diferenciados. Eles participam de aulas de aprofundamento de violão, técnica vocal, liturgia, inglês, português, catecismo, espanhol, filosofia, teologia da vocação, iniciação cristã e espiritualidade. Também participam da Escola Bíblica e realizam trabalhos no jardim e no Lar do Idoso Betânia.

Testemunhos
“Decidi entrar no seminário aos sete anos. E essa vontade nunca saiu da minha mente, sempre procurei levá-la a sério. Como valeu a pena esse esforço, esse empenho. Temos uma vida muito corrida. É muito gratificante, mas bem corrido. Acordamos muito cedo, temos aulas e trabalhamos bastante. Aqui na nossa comunidade procuramos viver o amor. Falamos muito sobre a arte de amar. Nós que ficamos em casa o dia todo temos uma sintonia maior com o padre. Lá fora nunca tive uma relação próxima com padre e muito menos com o bispo. Sempre tinha aquela ideia de intocáveis. Aqui aprendi que o padre é um verdadeiro pai: que ama, educa, ensina. Nunca pude imaginar o quanto o bispo é simples. Acho isso muito bonito. Tanto porque, todos nós somos igreja. O mais difícil é a questão da saudade de casa, da mãe, pai irmãos e das minhas avós. Mas estamos sempre em sintonia através da oração. Fico sempre ansioso esperando uma folga para ir pra casa. A cidade também é diferente.” Jardel Laércio Rech, 18 anos, propedeuta, de Jaraguá do Sul, há três anos no seminário.

“Desde que completei sete anos tenho vontade de ser padre. Mas na época nem sabia o que era seminário. Fui coroinha e o contato com os padres me incentivou muito. Decidi entrar no seminário quando fiz a primeira eucaristia. Ali eu realmente senti o chamado. Entrei em 2011 e para mim a convivência foi o mais difícil. Afinal, cada um vem de famílias e realidades totalmente diferentes. Aprendi a conviver com os outros e, em nenhum momento eu penso em desistir. Isso não passa pela minha cabeça.” Gabriel Valentim, 16 anos, de Joinville, há um ano e três meses no seminário.

“Decidi que queria ser padre no dia 17 de dezembro de 2006. Além de ser a data do meu aniversário, essa foi a primeira vez que fui a uma missa por livre e espontânea vontade. A homilia me tocou. Senti o chamado e a frase ‘Vem e segue-me’ ficou se repetindo na minha cabeça. Iniciei no Grupo de Jovens e lá, conheci o agora padre, Marcos Ferreira. Ele me apresentou o seminário e eu me encantei. Estou aqui há menos de dois meses e confesso que não tem sido fácil. Mas a felicidade de estar aqui por causa do Reino de Deus é mais forte. Não ligamos tanto para o cansaço porque a recompensa é muito maior.” Anderson Afonso Rohricht, 16 anos, de Joinville, há pouco mais de um mês no seminário.

Foto: Jean Caê
 

Fonte: Marcela Passos - Jornalista Diocese de Joinville

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