Você é do tipo que tenta fazer
duas ou três coisas ao mesmo tempo? Abre a correspondência e conversa com os
filhos de uma só vez? Tenta dialogar durante o jantar, enquanto assiste o jornal
na TV? Abre o ultimo e-mail ao mesmo tempo em que conversa com amigo pelo telefone
e acompanha o ultimo placar do seu time favorito? Toma o café da manhã no carro
a caminho do trabalho, enquanto escuta o rádio e tenta conversar com o marido
pelo celular? No final do dia você fica olhando para o espelho e dizendo, que
vida é essa que eu estou vivendo?
As pessoas estão se
desequilibrando por conta da sobre carga de obrigações. Onde está o prazer de
viver? Será que você consegue só ter prazer quando terminam suas obrigações?
Nossos pais já diziam: primeiro as obrigações depois o prazer. A vida é um
equilíbrio entre obrigações e prazer. Quanto mais obrigações tenho, eu devo ter
mais prazer, para equilibrar essa balança, porque do contrário, posso sofrer
com ansiedade, problemas de relacionamento, inseguranças, stress. Nossa vida
anda muito agitada, não conseguimos parar, e o marido, filhos estão indo no
mesmo ritmo.
Na nossa sociedade capitalista,
consumista, nós vivemos nos exibindo um para o outro. As mulheres querem
comprar aquele sandália, bolsa, se preocupam muito com a aparência, fazem
plástica, frequentam salão de beleza. Os homens se exibem com o carro
impecável, com roda x, com som y. Infelizmente os valores sociais estão
equivocados. Cada um deve definir os seus valores. O que eu quero para a minha
vida? Ficar me exibindo para as pessoas ou ter um relacionamento, uma família
saudável?
Muitos casais estão se separando
porque a mulher está preocupada com a plástica o homem em ter casa, carro. Eles
não conversam mais, só trabalham o tempo todo, não tem os seus momentos de
relacionamento, de convivência, de namorar e por isso os casamentos acabam. Quantos
adolescentes perdidos nas drogas, na prostituição, ou mesmo na preguiça, não
tem vontade de viver. Quando um pé muda o outro já está pegando fogo. Tem
certos seres humanos que, se apostarem uma corrida concorrendo com duas lesmas,
pois ganha uma das lesma e ele fica para trás, não fazem nem um esforço para
superar as suas dificuldades.
Se analisarmos a vida de cada
um, tentando compreender onde é que começou a dar errado aquela história,
porque o filho age deste modo. Existe uma frase que diz: “Nessa vida não existe
ser humano incoerente, porque todo mundo age conforme a história que recebeu. É
muito triste quando descobrimos que temos culpa nos fracassos de nossos filhos,
pois nem sempre estamos comprometidos em educar-los do jeito certo. Arranje um
tempo para estar com seu filho, eu sei que você está cansada, já fez mil coisas
durante o dia. Só que você é responsável por este filho que gerou, e ele
precisa de atenção. Nossos filhos dependem muito de nós no encaminhamento de suas vidas, o nosso
exemplo, nossa experiência exerce grande influencia sobre eles. Você costuma
sentar com seus filhos para contar um pouco da sua vida, sua história familiar,
sua meninice, seus estudos, seus sonhos realizados, seus fracassos e seu mundo
emocional? Quanta história bonita no coração de cada pai de cada mãe, que se
perde no espaço, por não dedicarem tempo para isso. Temos medo de falar do “eu”.
Um teste poderia ser feito:
perguntar aos filhos sobre a vida do pai e da mãe. O que eles saberiam contar?
Penso que vai ser muito pouco. Muitos filhos se desligam dos pais porque na
verdade a ligação que tiveram foi de alimento, estudo, roupas, comportamento
social. Não será esse o motivo que distancia as gerações? Talvez esse seja um
dos motivos que fazem adolescentes e jovens se juntarem em grupos, distantes
dos pais, porque ali podem falar e escutar seus companheiros.
Margareth Oliveira
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