2 de setembro de 2011

A Bíblia


Temos como costume considerar o mês de setembro como o mês da Bíblia. Ela merece destaque, pois contém a Palavra de Deus, “inspirada por Deus, útil para ensinar, argumentar, corrigir e educar conforme a justiça” (2Tm 3,16). E é hoje o único livro traduzido em praticamente todas as línguas do mundo e que está presente em quase todos os lares.


A palavra Bíblia deriva da terminologia grega e significa “os livros”. É comparada a uma biblioteca por possuir cartas, orações, salmos, poemas, biografias, doutrinas, leis e profecias.


São vários livros dentro de um único: a Bíblia. Serve de “alimento espiritual” para a Igreja e para as pessoas e ajuda o povo de Deus na sua caminhada no desejo de construir um mundo melhor.


Foi escrita por pessoas chamadas e escolhidas por Deus e que foram inspiradas através do Espírito Santo. Ela revela o projeto de Deus para o mundo e serve para que possamos crescer na fé e levar uma vida de acordo com o projeto de Deus.


Passaram-se os anos, impérios cresceram e caíram, tantas ideias endeusadas foram superadas, mas a Palavra de Deus continua “viva e eficaz” (Hb 4,12), pois “ela permanece para sempre” (1Pd 1,25). Embora o mundo busque outros caminhos, sempre existiram pessoas e comunidades que foram fiéis e buscaram na Palavra a fonte para sua inspiração e a realização dos projetos de Deus.


Na Bíblia encontramos textos para as diversas situações da vida. Ela ajuda a fortalecer a nossa fé, é útil na nossa formação e nos auxilia nos momentos de crises e dificuldades. Para todas as realidades encontramos textos apropriados.


Podemos e devemos ler, estudar e conhecer a Palavra de Deus. É certo que na Bíblia encontramos alguns textos difíceis. Certas passagens foram escritas dentro de uma realidade diferente da nossa e precisam ser interpretadas ou atualizadas.


O mês de setembro foi escolhido como o mês da Bíblia pela Igreja porque no dia 30 de setembro é Dia de São Jerônimo. Este foi um grande biblista e quem traduziu a Bíblia dos originais (hebraico e grego) para o latim, que naquela época era a língua falada no mundo e usada na liturgia da Igreja.


Jerônimo nasceu na Dalmácia (hoje Croácia) por volta do ano 340. Tendo herdado dos pais pequena fortuna, aproveitou-a para realizar sua vocação de amante dos estudos. Formou com os amigos uma pequena comunidade religiosa em Aquiléia (Itália).


Como monge, esteve vários anos no deserto da Síria, entregando-se a jejuns e penitências tão rigorosas que o levaram aos limites da morte.


Abandonando o meio monacal, dirigiu-se a Constantinopla, atraído pela fama da oratória de São Gregório de Nazianzo, que lhe abriu o espírito ao amor pela exegese da Sagrada Escritura. Estando em Antioquia da Síria, prestou serviços relevantes ao bispo Paulino, que o quis ordenar sacerdote. No entanto, Jerônimo não sentia vocação à atividade pastoral e quase nunca exerceu o ministério sacerdotal. Tendo que optar entre sua vocação inata de escritor e o chamamento à ascese monacal encontrou uma conciliação entre estes extremos que marcaria o caminho de sua vida: seria um monge. Dentro desta vocação e severa disciplina, estudou o hebraico com muito esforço e aperfeiçoou seus conhecimentos do grego para poder compreender melhor as Escrituras nas línguas originais.


Chamado a Roma pelo Papa Damaso, que o escolheu como secretário particular, recebeu do mesmo a incumbência de verter a Bíblia para o latim, graças ao conhecimento que tinha desta língua. O papa desejava uma tradução da Bíblia mais fiel em tudo aos textos originais, que pudesse servir de texto único e uniforme na liturgia.


O trabalho de São Jerônimo começado em Roma durou praticamente toda sua vida. O conjunto de sua tradução da Bíblia em latim chamou-se "Vulgata" e foi o texto usado largamente nos séculos posteriores. Na tradução, Jerônimo revela senso crítico, amor incontido à Palavra de Deus e riqueza de informações sobre os tempos e lugares relativos à Bíblia.


Desgostado por certas intrigas do meio romano, retirou-se para Belém, onde continuou seus estudos e trabalhos. Faleceu em 420, em 30 de setembro, com quase 80 anos.


Foi declarado padroeiro dos estudos bíblicos e o "Dia da Bíblia" foi colocado exatamente no último domingo de setembro, coincidindo com a data de sua morte. Ele deixou escrito:


“Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus, e quem ignora as Escrituras ignora o poder e a sabedoria de Deus; portanto ignorar as Escrituras Sagradas é ignorar a Cristo”.


Na verdade, todo mês deveria ser Mês da Bíblia. Por isso, ela não pode ser apenas um ornamento em nossa casa. A Palavra de Deus deve ser o nosso alimento de cada dia!

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