22 de setembro de 2011

Pedagogia Catequética






A catequese, como um momento especial do processo evangelizador, alcança sua finalidade quando se conecta à pedagogia divina. Para iluminar tal alvo, é importante percorrer os seguintes passos: a pedagogia de Deus como fonte e meta para a vivência da fé; a prática evangelizadora de Jesus; a pedagogia divina na ação do Espírito Santo e a pedagogia da Igreja. Desse modo, inspirando-se constantemente na pedagogia da fé, o catequista configura seu perfil pedagógico. 


A pedagogia catequética


Falar de pedagogia catequética é falar da essência da catequese. O termo “catequese” vem do grego profano katechéin (catequizar). Foi usado especialmente no teatro no esforço de ampliar a voz por meio de máscaras e aparelhos de acústica, para fazer chegar com clareza aos ouvintes o que estava sendo dito pelos atores no palco (cf. NERY, 2001).


O catequista é o ator no processo catequético, ele é o portador da mensagem de fé, transformadora da situação. O processo catequético é o modo de ajudar a Palavra de Deus (kata) a penetrar o coração da pessoa que busca o Senhor (eco no coração e na vida = ekchéo). Assim, a catequese prepara a pessoa, dispondo-a ao discipulado.


Discípulo é alguém que escuta o mestre, segue-o e vive segundo suas orientações. A catequese motiva o catequizando a criar dentro de si as possibilidades para que a Palavra ecoe, seja acolhida e ressoe dentro dele.


A questão da catequese e da pedagogia instiga um breve comentário referente à etimologia do termo pedagogia. Ela tem sua origem em duas palavras gregas: paidós (criança) e agogia (condução da criança), indicando o sentido figurado da atividade própria da educação. Com o tempo superou-se a referência exclusiva à criança, pois todas as etapas da vida são passíveis de receber educação.


Podemos estabelecer uma analogia entre a função do pedagogo primitivo, do atual catequista e da comunidade. Aquele tinha o encargo de acompanhar a criança desde a sua casa até o encontro com o mestre, para logo desaparecer. O catequista, que é o agente direto do ato catequético e atuante em nome da comunidade cristã, tem a função de acompanhar por um caminho de fé que leve o catequizando até seu verdadeiro mestre, para desaparecer, no momento oportuno, e deixar que o encontro se realize no terreno da fé.


Catequizar é conduzir alguém a perscrutar o mistério de Cristo até que estabeleça com ele uma comunhão autêntica, capaz de conduzir ao amor do Pai no Espírito.


Nesse contexto, o fim a ser atingido é fazer com que a mensagem chegue até ao ser humano, provoque nesse uma resposta, crie nele um relacionamento interpessoal com Deus, leve-o a unir-se aos outros e lhe transforme a vida. Essa dinâmica pedagógica catequética desenvolve-se em pleno respeito à liberdade de Deus, que se revela, e à liberdade do ser humano, que responde à revelação. Essa é a pedagogia necessária para que a mensagem da Revelação alcance o “peda-gógico” da catequese.


A concepção que se tem da catequese condiciona profundamente a seleção e a organização de seus conteúdos (cognitivos, experienciais e comportamentais) especifica seus destinatários e define a pedagogia que se exige para alcançar seus objetivos (DGC 35).


Nessa perspectiva, a catequese se preocupa para que a mensagem cristã seja fielmente anunciada na sua integridade, seguindo o exemplo da pedagogia divina, mediante a qual Deus se revelou de modo progressivo e gradual.


Ir. Teresinha Mª Mocellin (ICF).

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