13 de dezembro de 2011

Espírito natalino em Família


Fico imaginando um Natal em família. O pai que reúne a esposa e os filhos em sua volta para programarem um Natal cristão. Começa o diálogo. Antes disso, uma pequena oração. O pai propôs o Natal mais bonito de todos os tempos. Todos concordaram e a palavra rolou livre.


Para ser um Natal cristão de verdade, a mãe propôs que todos participem da novena de preparação, todas as noites na igreja matriz. Ao que todos concordaram e, além disso, depois da novena acharam por bem, assistir na praça da matriz a apresentação de corais e dança sacra natalina.


O irmão mais velho, que faz parte do coral da paróquia, sugeriu que todos aproveitem para fazer sua confissão pra que ninguém fique sem receber a eucaristia no dia do Natal. Ao que todos novamente concordaram e o pai acrescentou: “De fato, Natal cristão antes de tudo deve ser com Deus, e depois as outras coisas”.


A mana gentilmente propôs a compra de alguns presentes para as crianças da casa e os afilhados dos pais. E dizia que o presente é algo simples, mas faz lembrar os reis magos que trouxeram seus melhores presentes ao Menino Jesus quando nasceu. Ninguém titubeou. A mãe completou dizendo que o Natal é uma oportunidade de dar presentes como a mana propôs, mas também é uma de juntar alimentos, comprar alguns brinquedos e levar às famílias pobres.


Uma das crianças cobrou a ceia natalina. O pai não só disse que iria acontecer como também se alegrou dizendo que havia separado uma ovelha bem gorda. O clima de alegria aumentava sempre mais, ou melhor, parecia que o espírito natalino já havia tomado conta de todos.


As crianças se propuseram a fazer pasto e deixá-lo prontinho debaixo de uma árvore, onde o Menino Jesus poderia amarrar seu cavalinho na hora de trazer os presentes natalinos. Os adultos se entreolharam, pensando na inocência dos pequenos, mas concordaram, pois quando eles eram pequenos também acreditavam nessas histórias.


A reunião estava perto do fim, o pai pediu a impressão de todos sobre o que foi acordado.


Ninguém ousou reclamar, pois estavam satisfeitos e dispostos a continuarem, depois da reunião, cumprindo seus deveres, aguardando as festas de Natal e fim de ano com muita paz de espírito e amor no coração.


Diante de uma reunião dessas, vem uma série de perguntas: por que em tão poucos lares há esse tipo de diálogo e bom espírito? Por que as famílias se deixam levar pelo espírito egoísta, de compras e mais compras, comilança, beberrança e abusos de todo tipo? Será que para as famílias modernas é tão difícil viver um Natal cristão?


Eis o grande desafio. Deus mais uma vez quer se manifestar a “todos os homens de boa vontade” neste Natal. “Que nenhuma família comece em qualquer de repente... Que a família comece e termine sabendo aonde vai... Que a família celebre a partilha do abraço e do pão!...


E que o homem carregue nos ombros a graça de um pai... Que a mulher seja um céu de ternura, aconchego e calor... e que os filhos conheçam a força que brota do amor!... Abençoa, Senhor, as famílias! Amém!”


A você, caro leitor, meu abraço fraterno e votos de um Feliz e Santo Natal do Senhor.


Dom Irineu Roque Scherer - Bispo da Diocese de Joinville

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