10 de maio de 2012

Preocupação: Benefício ou Malefício?

A questão não é nova. Vivemos, em nossos tempos, o grande problema da preocupação. Preocupamo-nos com nossa saúde, com dinheiro, com o trabalho, com os familiares, enfim, com uma série de situações cotidianas que acabam por ocupar antecipadamente nossos pensamentos.

Mas afinal de contas, o que é esta tal preocupação? E porque ela persiste em acompanhar nossas experiências diárias? De maneira sucinta, a psicologia compreende a preocupação como sendo um conjunto de pensamentos de antecipação negativa de acontecimentos que ainda não ocorreram. Ou seja, nos “pré-ocupamos” com situações que provavelmente serão problemáticas, mas que ainda não ocorreram.

Num primeiro momento, a preocupação é importante, uma vez que, através dela, podemos prever situações conturbadas e de antemão nos preparamos para evitá-la ou minimizá-la. Logo, nos ocupamos de criar estratégias que possam resolver os possíveis problemas. Contudo, para muitas pessoas, a preocupação não funciona simplesmente como uma ferramenta para solucionar os problemas, mas traz consigo uma intensa carga de angústia e sofrimento, sendo que, ao invés de contribuir, a preocupação acaba por fazer mais mal do que bem.

Os excessivamente preocupados acreditam, mesmo que de maneira não consciente, que quanto mais pensarem sobre o problema que os incomoda, maiores serão as chances dele se resolver. Porém, quanto mais pensam sobre o assunto, mais angustiados, aflitos, preocupados e ansiosos ficam. Sendo assim, a consequência dessa excessiva preocupação pode levar, além dos sintomas psíquicos já citados, também ao desencadeamento de problemas cardiovasculares, o que contribui no aumento do estresse e de diversos problemas no organismo.

Esta tendência que temos em nos pré-ocupar com coisas que não podem ser resolvidas imediatamente precisam ser ponderadas, refletidas e modificadas. Mas como? Existem algumas práticas que podem nos auxiliar a repensar nossos pensamentos e atitudes preocupadas. Uma delas seria pensar e avaliar se nossas inquietações de fato poderão nos ajudar a encontrar as soluções para os problemas. Se sim, pode-se fazer uma lista com atitudes práticas para resolver as dificuldades, estabelecendo sempre prazos para isso. Caso não, então entra-se em outro campo de análise, que seria repensar as preocupações que já tivemos no passado e nunca se concretizaram. Muitas vezes, tivemos preocupações que hoje não fazem sentido, uma vez que conseguimos lidar com elas. Pensar nisso contribui para percebermos que aquilo que pensamos resulta naquilo que sentimos, ou seja, se pensamos coisas positivas, então nossos comportamentos serão normalmente otimistas. Existem diversas outras técnicas que contribuem para diminuir nossos níveis de angústia e ansiedade frente às preocupações, sendo necessária a ajuda profissional.

Costumo pensar que as preocupações excessivas, além de não livrar nosso futuro dos problemas, acabam por contribuir para livrar do presente nossa força de lutar. É preciso, pois, acreditar e buscar sempre a solução para nossos problemas, mas não fazer disso o sentido único de nossa vida. Nossas emoções, pensamentos e sentimentos devem sempre nos levar a avançar cada vez mais, sendo que, quando passa a paralisar nossas ações, estaremos não encontrando soluções, mas contribuindo para potencializar problemas futuros.
Autor: Adriano Schlosser - Psicólogo

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